16.10.13

Tem que renovar

Muito tempo sem escrever enferruja a mente, não é a toa, não tenho nem palavras pra tanta coisa diferente que eu vejo, os argumentos estão infundados a muito tempo. Fora do tempo, do horário e do espaço, o que eu tenho conseguido é viver e sobreviver no dia após dia, visto que o ano tenha me trazido algumas decepções em diversos âmbitos e ambientes da minha vida. Essa distância das palavras se fez necessárias, pelo simples fato de me faltar argumentos, eu tive que parar pra repaginar tudo de novo, e refazer e reconstruir o que há de velho e o que de novo ficou.


Depois que o fruto da minha vida nasceu (meu filho), minha vida passou por uma fase de transição, visto que , que eu nunca na minha vida tenha vivido um conto de fadas, e quando parecia estar vivendo um, a rasteira cruel da razão, me fez acordar pra realidade com um safanão. Me decepcionei muito com algumas pessoas, das quais esperava mais, bem mais, enquanto que outras, as quais nunca imaginei que fossem me ajudar, me surpreenderam e se fizeram necessárias e úteis na minha humilde existência. Pra outras me doei muito, muito mesmo, fiz coisas das quais não me arrependo, mas esperava que fossem recebidas com mais carinho e retribuídas com mais razão e uma pitada de emoção.

Retratando quem foi nos dois últimos anos de minha existência eu diria assim:

Um ser descontrolado, tentando contralar as emoções e os sentimentos mais bonitos e os mais sórdidos. Um ser tentando colocar o trem descarrilado novamente no trilho, e quando outras locomotivas vieram, embaralharam todo o serviço empregado, então, o jeito foi se enquadrar no momento, e deixar que tudo se enlouquecesse, tudo, menos a cabeça. Um ser que tentou pegar a estrela e conduzi-lá, levando pancada de outras constelações, e quando achei que a estrela estava límpida e brilhante, estava opaca e sem brilho. Mas não se engana, esse mesmo ser, ou seja eu, soube conduzir bem a situação e sair com compostura das mais diversas situações.

Fui como ainda sou, bastante louco e inconsequente, mas hoje um pouco mais eloquente.

Fiz pessoas que não mereciam, chorar. E esse pra mim é um dos maiores pecados da existência de um homem.

Fiz pessoas que não mereciam, sorrir. E esse pra mim também é um dos maiores pecados da existência de um homem.

Conheci momentos novos, dos quais não me arrependo de nenhum, e também reconheci momentos velhos, que ao me deparar, vi que quando foram vivenciados, foram momentos felizes, e jamais serão apagados.

Vi o sorriso, o brilho no olhar, a risada, o sorriso e todo a inocência do meu filho, ele me deu muito com isso, e eu poderia lhe dar mais.

Mergulhei em vários mundos, vertentes musicais, e aprendi, que o respeito vem em primeiro lugar, em qualquer lugar é preciso conhecer de verdade, pra poder opinar. Julgar jamais.

O RAP pra mim sempre foi mil, e continua sendo, mas passei a respeitar e tentar apreciar todos os ritmos e estilos musicais, e não titubeio em falar a palavra TODOS.

Aprendi que a momentos na vida valiosissimos, que o dinheiro jamais poderá comprar, e isso inclue essa música de Roberto Carlos que estou ouvindo neste momento.

Aprendi que pra muitos dinheiro é tudo e amor é nada.

Fiz amigos e me distanciei de alguns, nada de mágoas ou desavenças, apenas a vida que levou e conduziu esse distanciamento.

Enfim, temos que renovar, pra aprender a aproveitar essa chance que a vida nos dá. Temos que nos renovar a todo dia, dentro de nós e pra nós mesmos. Só assim poderemos fazer o melhor para o próximo.

Ou seja meu momento atual? Vivendo a vida e tentando aproveitar ao máximo as chances que a vida me emprega. Tentando ajudar os meus amigos e familiares. Tentando ser útil e fazer as pessoas se tornarem útil.

É isso pra aproveitar, é preciso aprender a renovar.



Renato Vital é escritor e poeta.


" De que vale o céu azul, e o sol sempre há brilhar,

Se você não vem e eu estou a lhe esperar,

Só tenho você, no meu pensamento,

E a sua ausência é todo o meu tormento,

Quero que você me aqueça nesse inverno

E que tudo mais vá pro inferno..."   Roberto Carlos, Erasmo Carlos