14.5.13

70% dos professores decidem pela continuidade da greve e a direção majoritária da APEOESP decreta seu fim


Fonte Site do PSTU 
Foto site da Abril

Fonte Site do PSTU texto feito por João Zafalão


No dia 10 de maio, mais de 6 mil professores realizaram assembleia estadual da categoria, que estava em greve desde 19 de abril. A direção majoritária da APEOESP (CUT) defendeu o fim da greve, mesmo sem nenhuma garantia por escrito feito pela Secretaria Estadual de Educação.  Apesar de a Oposição ter tido apenas duas intervenções pela continuidade da greve, na hora da votação mais de 70% dos presentes votaram na proposta de continuar a greve, exigir que a SEE entregue por escrito suas propostas e nova assembleia na terça feira, na Praça da República (onde fica a SEE), mesmo dia da assembleia dos trabalhadores municipais que estão em greve.
De maneira totalmente arbitrária, a presidenta da APEOESP, Maria Izabel Noronha (Bebel), decretou o fim da greve, mesmo com 70% dos professores tendo votado pela continuidade do movimento. Esse desrespeito gerou muita indignação e os professores exigiam a imediata reinstalação da assembleia para continuar com nossa greve.  Após mais de uma hora de impasse, a direção da APEOESP chamou a Polícia Militar, para escoltar a diretoria traidora do sindicato.  Para fazer essa escoltaPM agrediu dezenas de professores, deteve 2 manifestantes e feriu vários. A responsabilidade por esse confronto é da direção majoritária da APEOESP (Bebel e CUT) que desataram a decisão da assembleia e ainda chamaram a polícia para encerrar a greve. Alckmin não poderia ter um apoio maior que este, dado pela APEOESP.
Essa atitude vergonhosa da direção majoritária da APEOESP ocorre porque o maior interesse do setor majoritário do sindicato é apenas desgastar Alckmin para tentar eleger seus candidatos em 2014. Ocorre que uma forte greve dos trabalhadores municipais está ocorrendo e mesmo contra a vontade da direção da APEOESP, no dia 03 de maio, ocorreu um ato unificado, demonstrando que apesar dos interesses da direção do sindicato, os professores estão em greve em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, contra Alckmim (PSDB) e também contra Haddad (PT). É um absurdo que a APEOESP tenha se transformado em um sindicato chapa branca do governo e que não respeita sequer as decisões da assembleia dos professores.
Greve colocou a educação no centro das atenções
Foram 22 dias de greve do magistério paulista. Foram 4 grandes manifestações na avenida Paulista  e centenas de passeatas regionais de apoio a nossa greve, feita por estudantes, pais e mães. Foi uma greve em que os professores categoria O levantaram a cabeça, enfrentaram o assédio moral e ameaças de demissão e foram a luta. Apesar da intransigência do governo, do corpo-mole da direção do sindicato e da traição na assembleia de 10 de maio, o governo fez algumas inflexões em relação aos professores categoria O. Anunciou que vai atender a reivindicação de os professores da categoria O poderem utilizar o hospital do servidor, que quem já tem pontuação não terá que fazer provas anuais e que manterá a quarentena em detrimento da duzentena, além de acabar com a prova aos professores categoria F. Também disse que após reposição, retira as faltas do prontuário. O problema é que foi tudo de boca e sem data para efetivação, pois as mudanças em relação ao professor categoria O dependem de Projeto de Lei a ser aprovado na Assembleia Legislativa, e o problema é que estes projetos sequer existem. Além de ser muito pouco, esse pouco ainda não tem garantia. Por isso a assembleia decidiu, por mais de 70% dos votos, continuar a greve e exigir do governo que escrevesse o que disse.
Professores votaram novamente pela unificação
Da mesma forma que no dia 03 de maio cerca de 10 mil professores passaram por cima da direção da APEOESP e unificaram com os trabalhadores municipais, nesse dia 10 de maio, cerca de 70% dos professores defenderam nova assembleia no dia 14 de maio para unificar com os trabalhadores municipais. A traição da direção majoritária da APEOESP impediu essa unificação.
Fortalecer a Oposição para derrotar a Direção Majoritária da APEOESP (Bebel e CUT)
Diante dessa traição, os professores que fizeram essa greve e enfrentaram a direção majoritária da APEOESP neste dia 10 de maio, tem vontade de se desfiliar e de nunca mais querer participar do sindicato. Pensamos o contrário, pois precisamos regatar o sindicato para a mão da categoria. Para isso é necessário que todos os lutadores venham fortalecer a oposição e colocar para fora da APEOESP os fura-greves. Isso é fundamental, pois precisamos transformar a APEOESP em um instrumento de luta dos professores.  Venha construir conosco a Oposição à APEOESP. Entre em contato, para que possamos derrotar os traidores que controlam o sindicato. Nossa luta vai seguir, apesar da direção da APEOESP.
* João Zafalão é secretário de Política Sindical da APEOESP, eleito pela Oposição Alternativa/CSP-Conlutas, e militante do PSTU