29.5.12

Alckmin foi o responsável pela greve no metrô

A atitude do governo Alckmin de tentar colocar a culpa da greve nos trabalhadores e deixá-los contra a população, vastamente divulgado e apoiado pela imprensa, é típica de um governo burguês que detém os grandes meios de comunicação. Tenta esconder a sua incapacidade em negociar com os trabalhadores e o fato de que, 20 anos depois de ter chegado ao governo de São Paulo, o PSDB não conseguiu resolver os problemas de transporte e trânsito da cidade. O metrô de São Paulo está claramente sobrecarregado, o preço da passagem é um dos mais caros do mundo, as linhas estão sendo privatizadas (o que vai aumentar os acidentes) e os investimentos são insuficientes. Com isso a população vive no “sufoco” no transporte e no trânsito. A greve serviu também para denuncia essa crise do transporte na cidade. Mais uma demonstração de vitória Há um debate sobre quem teria saído vitorioso neste confronto entre o governo do estado e os trabalhadores metroferroviários em São Paulo. O acordo entra a Companhia do Metropolitano de São Paulo e o sindicato estabelece reajuste salarial de 6,17%; reajuste no vale-refeição que passa de R$ 19,50 para R$ 23; aumenta o vale-alimentação de R$ 150 para R$ 218, além do pagamento do adicional de periculosidade de 15% sobre o salário (era de 10%). Mas há um elemento emblemático. É que o Metrô e o governo do estado foram obrigados a pagar todas as horas paradas pelos trabalhadores durante a paralisação. Se a responsabilidade da greve era dos trabalhadores por que o governo Alckmin está sendo obrigado a pagar as horas paradas? Ele paga porque foi derrotado e, para poder finalizar a greve, teve que fazer mais esta concessão. Governo do PSDB atirou até em quem reclamou Com a greve dos metroviários e da CPTM ( Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) , São Paulo teve uma manhã de caos no dia 23 de maio. Passageiros revoltados protestaram diante de estações do metrô contra a atitude do governo do PSDB. Os gritos dos manifestantes podiam ser ouvidos pela televisão: “o povo na rua, Geraldo a culpa é sua”. Isso gerou enfrentamentos entre os manifestantes e a Policia Militar, que usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes. O exemplo mais significativo dessa criminalização dos setores mais explorados da sociedade está na prisão por “desacato à autoridade” da copeira Rachel Cristina da Silva Santos, que chamou um policial de “covarde”, e do lavador de carros Francisco Wenderson Sousa. À imprensa, Rachel afirmou: “Só chamei de covarde porque um policial numa moto quase me atropelou durante a confusão. Aí ele parou e me deteve. Estava querendo ir trabalhar. Não sou manifestante coisa nenhuma. Fui tratada pior que um animal”. Agora, imaginem a situação: os trabalhadores chegam ao metrô pela manhã, este está em greve, saem então às ruas para se manifestar protestando contra o governo estadual, que não negocia com os grevistas e nem coloca um sistema de transporte alternativo. E daí, por simplesmente reclamarem desta situação, são violentamente atacados pela Polícia Militar com bombas de gás e balas de borracha. Na São Paulo de Alckmin, Serra e Kassab, se você reclamar leva bala de borracha. Desgraçada situação da população paulistana. Exigir 100% de circulação vai contra direito de greve O Poder Judiciário, apoiado pelo governo do estado e toda a grande imprensa, através do Tribunal Regional do Trabalho, afirma que defende o direito de greve. No entanto, decretou que 100% dos trens do Metrô e da CPTM deveriam circular nos horários de pico e 85% nos demais horários. Ameaçaram ainda os trabalhadores e seu sindicato com uma multa de 100 mil reais por dia caso se descumprisse esta decisão. Como é possível realizar uma greve e trabalhar com 100% do efetivo? Nem o governo do estado garante 100% de circulação nos dias normais. Isso é um ato antissindical realizado pelo próprio Poder Judiciário contra o direito de greve. Os trabalhadores e o movimento sindical devem denunciar esta decisão no marco da criminalização dos movimentos sociais e dos ataques que recentemente estão acontecendo contra os sindicatos. Alckmin, Serra e Kassab atacam o PSTU No desespero para atacar os trabalhadores grevistas, o governador Geraldo Alckmin chamou os grevistas de “grupelho radical com interesses eleitorais” e disse que problemas recentes no sistema foram causados por sabotagem. Para Alckmin, a greve nas linhas do Metrô e da CPTM foi uma ação política, visando prejudicar o governo em ano eleitoral. E afirmou: “O mais grave foi eles descumprirem totalmente a determinação de manter a operação em 100% no horário de pico”. O candidatíssimo tucano José Serra foi no mesmo caminho e afirmou que o Metrô e CPTM sofrem com sabotagens e que o movimento grevista teve motivação política e eleitoral. O serviçal Kassab se solidarizou com as reclamações feitas por Alckmin sobre o sindicato que organizou o movimento. Além de ridículas manifestações, como da Soninha Francine (PPS), que criticou o protesto que fechou vias próximas à Estação Corinthians-Itaquera do metrô e ação da Polícia Militar afirmando: “Tudo, todos os métodos, errados". A verdade é que o truculento governador de São Paulo quer atacar o PSTU, que vem estando à frente dos principais enfrentamentos com o governo no estado. Os militantes do PSTU se enfrentaram com a repressão governamental na USP, no Pinheirinho e agora no metrô de São Paulo. Nossa organização está na linha de frente das recentes mobilizações em defesa dos interesses dos trabalhadores e por isso está sendo obrigada a se enfrentar com a constante repressão do governador do PSDB. Para justificar seus desmandos, o governador tem a cara-de-pau de afirmar que a série de problemas que as linhas da CPTM e do metrô sofreram nos últimos meses, como a colisão entre dois trens da Linha 3-Vermelha, foi causada por sabotagem, insinuando que as organizações dos trabalhadores estariam por trás disso, tentando novamente criminalizar os movimentos sociais. A verdade é que a população no estado de São Paulo está se levantando contra os desmandos do governo do PSDB e isso se traduz em centenas de manifestações. E se o governador acha que irá intimidar o PSTU com suas acusações está muito enganado, pois estaremos presentes em todas as manifestações que defendam os interesses dos trabalhadores. No caso especifico da greve do metrô, a determinação, força e unidade da categoria colocaram o arrogante governo do PSDB de joelhos em 15 horas, obrigando a conceder parcialmente as reivindicações e engolir suas palavras de intransigência e arrogância. Isso para um governo autoritário é um supremo desacato. Ainda mais, se este movimento tem à sua frente militantes e dirigentes do PSTU.

7.5.12

Até mais, Zé (até mais zé)

Foram da hora as noites jogando baralho, os tombos que eu tinha levado, e as várias rodadas de bisca que a gente tanto jogou. Era legal aquelas conversas sobre o significado da nossa existência na terra, e todas aquelas outras coisas que a gente sempre debatia. Eu me lembro que você me perguntou, sobre o por quê de nossa existência, e sobre as bilhões de pessoas em cima da terra, eu só soube responder assim:

- Acho que nossa vida é como uma árvore, que nasce, dá frutos, dá sombra, entre outras coisas, e mesmo depois que morre, o que ela gerou, vai continuar dando outras coisas boas pra terra.

E sobre as bilhares de pessoas, nunca soube responder ao certo, só me lembro que foi mais ou menos assim:

- É um monte de boca pra ser alimentada nessa terra.

E a gente ria das ironias da vida. Mas lembra aquela lunetinha bem pequena, que você olha na lente dela, e vê uma foto no fundo dentro dela. Pois então eu acho que o melhor da vida também tem que ser preservado assim, num lugarzinho bem pequeno e guardado no conjunto de memórias do nosso coração. E as poucas vezes que nós fomos pescar, ou quando íamos e ficavamos nos quiosques na beira da praia tomando cerveja, talvez sejam coisas mais importante, do que a gente tentar entender o fundamento da vida, pois a vida por si só já é um fundamento, e sempre nos é imposto mais desafios pela frente. A sua partida não foi em vão, e nem sua vida, as coisas erradas do passado podem ser apagadas com o amor do arrependimento e do perdão, e mesmo depois de tudo que a gente viveu, a gente for tentar procurar palavras pra definir, o que foi que a gente somou pra isso tudo chamado vida, eu acho que a palavra melhor é: continuação.
Valeu pelas risadas dadas juntos e em família, valeu pelas palavras sinceras e eu sei que pra você talvez tenha sido o fim da vida, pois talvez não exista espírito, mas tudo aquilo que você plantou de bom, vai continuar dando frutos e será levado como a mais singela das heranças deixadas pelo homem: a herança da própria VIDA.

Até mais Zé , até mais companheiro.  Descanse em PAZ.

" E aonde ele esteja, eu espero que ele esteja, com a paz que eu sempre sonhei " Consciência humana

Texto In memoriam de JOSÉ DA SILVA OLIVEIRA 1943 à 2012